terça-feira, 26 de maio de 2009





Em busca de um outro caminho. Outro que não este.
Eu vou conseguir.
Hoje mostraste-me outra luz.

segunda-feira, 11 de maio de 2009


Hoje sinto-me assim. Está-me a custar estar ainda deste lado. Quero quebrar o vidro.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Hoje acordaste-me. Despertaste-me.
Aqui não existe a necessidade de sonhar. Porque os sonhos não nos matam a sede. A ilusão é a sede que não nos sacia, pensamos que nos faz bem, mas está-nos a matar aos poucos. Sem ter-mos a oportunidade de dar-mos conta disso.
Hoje acordaste-me e eu dei conta.
Podia-mos sair de casa, hoje.
Ia-mos ver os pormenores da cidade no meio de sorrisos e abraços. Via-mos o luto do sol e o seu renascimento também.
No fim, regressávamos com o coração renovado.


quarta-feira, 15 de abril de 2009

Nós queremos tanto escrevermos-nos a nós próprias, mas por outro lado, não queremos desperdiçar a nossa vida na tinta cor de luto.
Se as pessoas gostam de circular livremente, nós também gostamos de respirar o ar fresco do exterior. É expressão com outro tipo de beleza, com outra alma.
Esperemos que a alma não arda no papel. Não queremos ficar aprisionadas aqui.
Bem sabemos que validade é impaciente, mas não queremos validade eterna. Nem para nós é saudável.
Só queremos fluir ao som dos rios e soar claras como a água.
Esperamos que o papel nos compreenda.
O nevoeiro espelha todas as manhãs,
o tom cinza do céu é hipnotizante
não encontro outra chance durante o dia,
viro a página de mais um capítulo pouco estimulante

Admiro a liberdade da natureza,
no fundo é actriz de si própria,
encarna todas as personagens possíveis e imaginárias,
não dá justificações a ninguém

Por sua vez, estas linhas incertas,
vão de encontro a todo este sentimento,
não querem regras sérias
não querem menos crédito por isso

quarta-feira, 18 de março de 2009

Oceanic



...as he teetered on the edge, with his eyes rolled back, jet streams criss crossing over his head, the sun laid his wavering shadow over the surface of the water. his mind spun with tangled thoughts and his legs shook in his advance towards the watery redemption...

...the wind blew in his ears and his face streamed with tears...smoke rose behind his eyes from internal incinerations. he was breaking up....

suddenly everything slowed - his faltering limbs steadied, the tears ceased to flow and seemed to dry quickly in the warm sun. the wind dropped to an imperceptible bum, the boiling blood wich choked his insides shrank back into rhythmic circulation, and somewhere deep inside it all collapsed....

...light flashed in his minds eye and a series of quick but distinct images proceeded through him in rapid succession...

...the jet streams trailed away into nothingness as his body spun lazily though the warm air.
this was his direction as he'd always known it, ever downward, approaching an uncertain void (uncertain, but surely more significant than the dull throb of his current existence)....

...as the surface of the water drew closer he closed his eyes and felt it all fall away...

...with the crack of his body on the surface everything splintered into it's final dissolution - nothingness seeped in from all sides and his mind swarm in every direction, freeing him of thought, of worry, of horror. his blood drifted into the depths or circled towards the surface and blew off into the breeze.

...this is what he'd always known - a promise of something greater just beyond (or below) the water's final horizon....


quarta-feira, 11 de março de 2009

Parece que quanto mais quero manter esta fogueira acesa, mais depressa ela se apaga à frente dos meus olhos semicerrados pela fadiga. Meto toneladas de lenha em cima do fogo, mas parece sempre em vão. Sinto-me inconsequente. Juro que estou a morrer de frio.
Acho que vou morrer dentro das paredes do meu corpo, encurralado pela minha nudez.
Lembro-me de olhar para as chamas, e vê-las a fazer contornos redondos com uma ponta aguçada, recordo-me de olhar para o tom do seu interior. Nunca vi um tom tão encarnado antes, jurava que via sangue lá dentro a cumprir as regras das circulações sanguíneas. Eu tocava no fogo. O sangue a entrar em mim, o sangue a fazer a rota natural nas minhas veias. O sangue a passar para o fogo. Vezes indetermináveis.
Vivi demasiado tempo ao calor destas chamas. Custa-me sentir que estão a perder a força.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Pintado de fresco

O que se vê não é um facto. Não existem verdades visuais.
Se eu der uma pintura nova à parede, ela vai ser outra, fica a parede mais bonita aqui da cidade, aos meus olhos. Se eu não lhe ligar nenhum, vai ser uma parede igual às outras, como não lhes dei nada de mim, são banais, já se lhe dou valor, é a menina mais bonita aos meus olhos.
Por muito que as paredes tenham sempre a mesma forma, são complemente diferentes umas das outras, mas isso é só para disfarçar as suas personalidades à primeira vista. Nunca sabes o que podes esperar duma parede, algumas são traiçoeiras e caem com estilo de avalanche em cima de nós. Quando dás fé, estás debaixo de um monte de destroços, e o pior é quando te falta o ar. Às vezes dá para te salvares, noutras alturas já vais tarde demais.
É por isso que gosto muito de me dedicar à minha parede favorita, dar-lhe pinturas novas regularmente e muito amor, ela às vezes pode ter um pouco de mau humor, mas não há paredes perfeitas. Sei que ela me vai abrigar do frio, da chuva e de tudo que me ponha doente. Também retribui o amor.
Gosto muito da minha parede.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

correntes de ar quentes

eles são uma mistura de racionalismo e de emoção
circulam dentro de nós como flechas desnorteadas
quando nos tocam nas paredes do interior, causam dor,
quando passeiam, apenas, sentimos uma enorme satisfação

sejam negativos ou positivos,
traiçoeiros ou ariscas
complementam o dia-a-dia
tanto podem ser amigos como inimigos

há várias forma de demonstra-los
porém, não encontro forma humanamente possível
de conseguir transcrever isso para o papel
acho-os bonitos quando são demonstrados inesperadamente

bela forma de combater os dias gelados

domingo, 11 de janeiro de 2009

As estações são uma treta

Estes últimos dias têm sido de neve, muita neve. O frio que faz, não é lá muito agradável, não.
Ando mesmo a precisar de ficar mais quentinho, mas nem sempre com montes de cobertores consigo sentir mais calor.
E quando precisas de fazer mudanças? Fazes uma, e de seguida levas com uma avalanche em cima. Se acabas de resolver um problema urgente, levanta-se logo outra camada enorme de assuntos para resolver. Olhas à tua volta, e vês montes de neve por derreter, e por mais que faça sol, há sempre alguma coisa que não derrete e tens de dar um tempero de sal, para tirar um pouco do insosso à coisa.
Se bonecos de neve resolvessem assuntos por nós, eu já tinha feito dezenas deles, o mais fixe é que eles soam sempre a fresco, mas depois derretem e só os tornas a ver passado um ano, o mais interessante é que só os vê-mos , uma ou duas vezes por ano, mas durante esses momentos sentes-te a pessoa mais feliz do mundo e vale mesmo a pena estar perante eles. Na verdade até são preciosos e se são brancos é porque são puros. Cores garridas são para dar nas vistas e eles não precisam disso para serem o centro das atenções.
São os gajos mais fixes de todas as estações e eu gosto deles como são, e nem me importa se possam pensar que sou maluco. A grande verdade é que até ao verão resistem desde que usem os cremes, vão à praia e tudo. Duram muito mais que aquilo que se possa pensar.