quarta-feira, 15 de abril de 2009

Nós queremos tanto escrevermos-nos a nós próprias, mas por outro lado, não queremos desperdiçar a nossa vida na tinta cor de luto.
Se as pessoas gostam de circular livremente, nós também gostamos de respirar o ar fresco do exterior. É expressão com outro tipo de beleza, com outra alma.
Esperemos que a alma não arda no papel. Não queremos ficar aprisionadas aqui.
Bem sabemos que validade é impaciente, mas não queremos validade eterna. Nem para nós é saudável.
Só queremos fluir ao som dos rios e soar claras como a água.
Esperamos que o papel nos compreenda.
O nevoeiro espelha todas as manhãs,
o tom cinza do céu é hipnotizante
não encontro outra chance durante o dia,
viro a página de mais um capítulo pouco estimulante

Admiro a liberdade da natureza,
no fundo é actriz de si própria,
encarna todas as personagens possíveis e imaginárias,
não dá justificações a ninguém

Por sua vez, estas linhas incertas,
vão de encontro a todo este sentimento,
não querem regras sérias
não querem menos crédito por isso