sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

pseudo-voo

nébulas envenenam-me a alma
colho o fruto contaminado,
bebo também da nascente errada
já não tenho razões para ter calma

corro contra correntes,
no entanto sou sempre apanhado,
juro que não queria ter uma morte debaixo das águas
mas não consigo deixar de imaginar os peixes contentes

como gostava de ter asas,
voar para fora de mim,
não precisar do sol para me sentir quente,
era bom ter penas impermeáveis às chuvas geladas

hoje o tempo está chuvoso
temo as cheias,
temo pneumonias,
temo não ser corajoso

na verdade não quero descolar.

2 comentários:

R. disse...

sabes Tiago, brincas bem com as palavras. gosto :)

PQ disse...

Correr contra a corrente, cansa, é certo mas é tão bom.