sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Pintado de fresco

O que se vê não é um facto. Não existem verdades visuais.
Se eu der uma pintura nova à parede, ela vai ser outra, fica a parede mais bonita aqui da cidade, aos meus olhos. Se eu não lhe ligar nenhum, vai ser uma parede igual às outras, como não lhes dei nada de mim, são banais, já se lhe dou valor, é a menina mais bonita aos meus olhos.
Por muito que as paredes tenham sempre a mesma forma, são complemente diferentes umas das outras, mas isso é só para disfarçar as suas personalidades à primeira vista. Nunca sabes o que podes esperar duma parede, algumas são traiçoeiras e caem com estilo de avalanche em cima de nós. Quando dás fé, estás debaixo de um monte de destroços, e o pior é quando te falta o ar. Às vezes dá para te salvares, noutras alturas já vais tarde demais.
É por isso que gosto muito de me dedicar à minha parede favorita, dar-lhe pinturas novas regularmente e muito amor, ela às vezes pode ter um pouco de mau humor, mas não há paredes perfeitas. Sei que ela me vai abrigar do frio, da chuva e de tudo que me ponha doente. Também retribui o amor.
Gosto muito da minha parede.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

correntes de ar quentes

eles são uma mistura de racionalismo e de emoção
circulam dentro de nós como flechas desnorteadas
quando nos tocam nas paredes do interior, causam dor,
quando passeiam, apenas, sentimos uma enorme satisfação

sejam negativos ou positivos,
traiçoeiros ou ariscas
complementam o dia-a-dia
tanto podem ser amigos como inimigos

há várias forma de demonstra-los
porém, não encontro forma humanamente possível
de conseguir transcrever isso para o papel
acho-os bonitos quando são demonstrados inesperadamente

bela forma de combater os dias gelados

domingo, 11 de janeiro de 2009

As estações são uma treta

Estes últimos dias têm sido de neve, muita neve. O frio que faz, não é lá muito agradável, não.
Ando mesmo a precisar de ficar mais quentinho, mas nem sempre com montes de cobertores consigo sentir mais calor.
E quando precisas de fazer mudanças? Fazes uma, e de seguida levas com uma avalanche em cima. Se acabas de resolver um problema urgente, levanta-se logo outra camada enorme de assuntos para resolver. Olhas à tua volta, e vês montes de neve por derreter, e por mais que faça sol, há sempre alguma coisa que não derrete e tens de dar um tempero de sal, para tirar um pouco do insosso à coisa.
Se bonecos de neve resolvessem assuntos por nós, eu já tinha feito dezenas deles, o mais fixe é que eles soam sempre a fresco, mas depois derretem e só os tornas a ver passado um ano, o mais interessante é que só os vê-mos , uma ou duas vezes por ano, mas durante esses momentos sentes-te a pessoa mais feliz do mundo e vale mesmo a pena estar perante eles. Na verdade até são preciosos e se são brancos é porque são puros. Cores garridas são para dar nas vistas e eles não precisam disso para serem o centro das atenções.
São os gajos mais fixes de todas as estações e eu gosto deles como são, e nem me importa se possam pensar que sou maluco. A grande verdade é que até ao verão resistem desde que usem os cremes, vão à praia e tudo. Duram muito mais que aquilo que se possa pensar.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Adeus, 2008!

Ao ler o blog da Deusa, reparei e pensei que (mais uma vez), que ano de 2008, teve para ambos muitas coisas em comum. Não podia ficar indiferente ao seu texto, pois identifico-me muito com ele. Então, fica aqui grande parte dele, um tanto adaptado.
Aproveito então para desejar um bom ano a todos os que me visitam, e também às pessoas que fizeram parte de mim este e que o tornaram tão especial.
Espero que no final de 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, e assim sucessivamente, possa continuar a dizer o mesmo. Se o conseguir dizer, posso então dizer que o saldo foi positivo. Fica então o meu último post de 2008, estão para breve novos capítulos.

Bom 2009!

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Há uns dias, enquanto conversava com uma grande Deusa, ambos chegamos à conclusão de que 2008 foi, muito provavelmente, o melhor ano das nossas curtas vidas. Mas facilmente concordámos que esta recta final foi, também, a pior de sempre.


Este ano, na dita estradinha da vida, cruzei-me com algumas pessoas com quem criei fortes laços. Na verdade, não foi este ano que me cruzei com elas, mas foi este ano que se tornaram realmente importantes para mim. Tão importantes ao ponto de terem tornado 2008 no melhor ano da minha vida (até então).
Com elas, vieram os concertos (coisa imprescindível, claro está!) - e que concertos! - e os momentos que partilhámos juntos ou mesmo à distancia.
A essas pessoas, eu não posso chamar mais nada, a não ser Amigos. E, mais uma vez, agradeço tudo o que fizeram por mim, cada momento partilhado, cada abraço... tudo!
Os amigos de sempre também estiveram presentes (ou não seriam os amigos de sempre) e contribuíram com o seu quê em cada momento que passámos juntos.
Tudo isto foi muito bom, mas o que é bom acaba depressa, e se a meio do ano eu estava de bem com a vida, também sabia que em breve tudo isso ia acabar e iria passar pela pior fase de sempre.
(...)
Sinto que perdi a pouca estabilidade que tinha e tenho um medo terrível de não a recuperar. Sinto que, onde quer que esteja, me vou sentir vazio, incompleto.
Para ajudar, há os amigos.

Ainda assim, com uma mão cheia de coisas boas e outra cheia de coisas... menos boas, consigo afirmar que este ano foi muito bom, talvez o melhor de sempre, vai deixar saudade, mas... acabou na altura certa.

E sem mais nada a acrescentar, desejo a todos os visitantes aqui do cantinho, um óptimo 2009.
Ano Novo, Vida Nova. Será?

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

salto barreiras como cavalos em competições desportivas
tropeço, sujo as calças de castanho,
de cor de solo, de pó,
vêm-me á mente as mais diversas perspectivas

desenho as mais diversas palavras por toda a parte,
gostava que as pudesses ler um dia,
mesmo que achasses que foi um qualquer autor urbano
talvez a chuva não as lave

ganho os limites às linhas
e escrevo para além das margens,
não quero que fique nada passe ao lado
mas também não quero que as cheias te molhem enquanto caminhas

perco-me nos meus limites,
nos limites dos outros também,
salto para outras mentes
vejo o mundo de outra forma

Momentos..

Ora bem, o ano está a acabar, e ao ver o blog do Mário, fiquei com vontade de fazer o mesmo que ele. Desculpa ser copião e roubar-te a ideia. :P Mas fiquei com vontade de meter aqui alguns dos vários artistas que me deram bons momentos ao longo do ano, nacionais e internacionais. É uma forma de agradecimento aos bons momentos que vivi ao vivo junto deles. Pois vi algumas das bandas que mais me dizem! Que 2009 seja tão bom ou melhor!
Menos letra e passemos à acção:














Eu metia tudo mas estou com preguiça e pouca vontage de fazer uploads. Como tinha estas fotos no pc, coise.

Até para o ano!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

pseudo-voo

nébulas envenenam-me a alma
colho o fruto contaminado,
bebo também da nascente errada
já não tenho razões para ter calma

corro contra correntes,
no entanto sou sempre apanhado,
juro que não queria ter uma morte debaixo das águas
mas não consigo deixar de imaginar os peixes contentes

como gostava de ter asas,
voar para fora de mim,
não precisar do sol para me sentir quente,
era bom ter penas impermeáveis às chuvas geladas

hoje o tempo está chuvoso
temo as cheias,
temo pneumonias,
temo não ser corajoso

na verdade não quero descolar.